segunda-feira, abril 10, 2006

Dia 14 de abril: 30 anos sem Zuzu Angel


Zuzu Angel, filme dirigido por Sergio Rezende, tem estréia prevista para 4 de agosto deste ano. Zuzu Angel leva às telas a biografia da estilista brasileira que travou uma batalha pública em busca de pistas que a levassem ao corpo de seu filho Stuart, desaparecido durante o período de ditadura militar no Brasil. “É a história de uma mulher que não mediu conseqüências ao exigir justiça”, diz o diretor Sergio Rezende. A morte de Zuzu, em um misterioso acidente de carro, completa 30 anos na próxima sexta-feira, 14 de abril.

Nascida em Curvelo (MG), Zuleika Angel Jones mudou-se para o Rio de Janeiro em meados da década de 40, onde iniciou a trajetória que a transformaria na estilista conhecida internacionalmente como Zuzu Angel, que fundou a moda brasileira capaz de encantar o mundo e cuja lista de clientes incluía nomes ilustres como Joan Crawford, Kim Novak, Veruska, Liza Minelli, Jean Shrimpton, Margot Fontein, Henry Kissinger e Ted Kennedy. Nos anos 60, Zuzu conquistava páginas inteiras em grandes jornais norte-americanos como The New York Times e The New York Post enquanto seu filho Stuart Angel Jones tornava-se militante do MR-8 durante o regime militar brasileiro (1964-1985). Preso em 1971, Stuart foi torturado e assassinado, sendo dado como desaparecido político.

Incansável, Zuzu denunciou as torturas, a morte e a ocultação do cadáver do filho. Suas manifestações ecoavam no Brasil e no exterior, onde realizou um desfile de denúncia. No anos 70, ela decidiu criar o que em suas próprias palavras viria a ser 'a primeira coleção de moda política da história', cujas estampas traziam silhuetas bélicas, pássaros engaiolados e balas de canhão atingindo anjos. O anjo remetia ao filho desaparecido. As coleções de Zuzu, a partir de então, exibiam imagens de anjos amordaçados e meninos aprisionados.

Em 14 de abril de 1976, Zuzu morreu em um misterioso acidente de automóvel à saída do Túnel Dois Irmãos (hoje Túnel Zuzu Angel), na cidade do Rio de Janeiro. Em 1998, a Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos constituída pelo governo brasileiro concluiu que ela foi assassinada. Uma semana antes de morrer, Zuzu havia escrito uma carta ao compositor Chico Buarque, responsabilizando os militares caso algo lhe acontecesse. Inspirado pela amiga, Chico compôs Angélica, em cuja letra pergunta: quem é essa mulher?
A música, regravada por Chico Buarque, fará parte da trilha sonora do filme.

No filme
Zuzu (Patrícia Pillar)
Stuart (Daniel de Oliveira)
Hildegard (Regiane Alves)
Ana (Fernanda de Freitas)

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