Produção estréia no Brasil em circuito nacional no dia 21 de abril
No dia 21 de abril chega aos cinemas Achados e Perdidos, o mais recente longa-metragem do cineasta brasileiro José Joffily, uma adaptação do romance policial do brasileiro Luiz Alfredo Garcia-Roza, com Antonio Fagundes, Zezé Polessa e Juliana Knust no elenco principal. O longa teve passagens pelo Festival do Rio e pela Mostra BR de Cinema de São Paulo.
Para Joffilly, realizar um longa-metragem é como fazer uma longa viagem. “Desde 1999 me interessei pelo livro de Garcia-Roza. Cinco anos depois, no dia 1º de agosto concluímos as filmagens da adaptação”. Em ano de Copa do Mundo, Joffilly também comenta que formar equipe e elenco é como escalar uma seleção. “Sinto que acertamos. Antonio Fagundes, Zezé Polessa e Juliana Knust formaram uma linha de frente brilhante. Protagonistas de um triângulo amoroso, os três conviveram intensamente com o quarto personagem do filme, Copacabana”.
E Copacabana, que seria uma locação mais “preguiçosa” do que a Nova York de Dois Perdidos em uma Noite Suja, o filme anterior de Joffilly, acabou se revelando, do ponto de vista da produção, muito mais trabalhosa. “Filmamos os interiores de Copacabana na Gávea Paulista, e os exteriores em Copacabana, claro. Foram quatro semanas seguidas de noturnas, e eu detesto filmar à noite, de madrugada, fisicamente é uma experiência exaustiva para mim, que durmo cedo”, comenta o diretor, que afirma não ter tido a preocupação de mostrar o que já se conhecia de Copacabana. “Queria trazer à tona uma Copacabana que eu ainda não tinha visto no cinema, em alguns momentos aparece até a praia, a Avenida Atlântica, mas nossa pretensão era expor o lado sem charme do bairro mesmo”.
José Joffilly, que conta na sua filmografia com os premiados Quem Matou Pixote?, A Maldição do Sanpaku e O Chamado de Deus, destaca que sua “seleção” e ele próprio queriam fazer de Achados e Perdidos um filme que se alimentasse da literatura e do sabor de se fazer cinema, sem preocupação que não a dos planos, das cores, das formas, da composição dos personagens, da descoberta dos movimentos de câmera. “Na época em que fiz Achados e Perdidos, estava também trabalhando no documentário Vocação do Poder, em parceria com Eduardo Escorel, e preferi trabalhar com a realidade neste documentário”.
O diretor afirma que a principal referência que utilizou para rodar Achados e Perdidos foi a proximidade da idade sexagenária, e que dificilmente há 30 anos faria um filme que tivesse um personagem como o Vieira (Antonio Fagundes). “Hoje sou capaz de entender o Vieira, não só ele como a Magali (Zezé Polessa) e Flor (Juliana Knust) também. Independente da credibilidade dos personagens, hoje também entendo a memória com um zigue-zague desobediente à linearidade desejada pelo consciente. As idas e vindas da história, a simultaneidade do passado e do presente, a ‘desorganização’ das lembranças também nos levou a configurar a história da forma como fizemos. Sinto que é uma narrativa que somente hoje acho atraente”.
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