quinta-feira, maio 18, 2006

Poesia que inventa, poesia que ousa

Um caderno que morde o aluno, uma abelha que faz maionese, um macacão que aumenta acompanhando o crescimento do seu dono, um peixe que nada em um aquário de refrigerante, uma torrada que vem com alça para não sujarmos os dedos, um tigre que em vez de rugir tosse, uma árvore em que brotam bolinhas de tênis no lugar de frutas, um filtro que usa fralda para evitar molhadeira, um fogão que bebe água para evitar a desidratação - esses são alguns dos personagens dos dezenove poemas do novo livro de Ricardo da Cunha Lima com ilustrações de Ivan Zigg.

Em Do avesso (Companhia das Letrinhas, 56 páginas, R$ 29), a poesia tira tudo do lugar certo e põe num lugar mais certo ainda: as possibilidades se multiplicam numa exploração do lado não convencional do cotidiano, introduzindo a ousadia e o exercício da imaginação, que costumam encontrar terreno tão fértil no mundo infantil.

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