sexta-feira, julho 07, 2006

Exposições, teatro, mostras de vídeo e Lobão no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana

A diversidade cultural invade as ruas da cidade, que mais uma vez mergulha no clima das manifestações populares pelas das comemorações do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes 2006. Realizado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em parceria com as Prefeituras de Ouro Preto e Mariana, o tema escolhido para este ano foi Sinhá Olympia, as festas e manifestações populares em homenagem a Olympia Angélica de Almeida Cotta.

Uma das mais famosas andarilhas do Brasil fez da Praça Tiradentes, em Ouro Preto, seu principal pouso, onde recebia turistas e contava, à sua maneira, histórias do Brasil, de Minas e de Ouro Preto. Incluía a si mesma nas narrativas, fossem elas ocorridas em 1968 ou em 1720. Olympia conheceu muita gente importante e tinha amigos famosos como Vinícius de Morais, Rita Lee e Juscelino Kubitschek. Dizia-se noiva de Dom Pedro II, amante de Chico Rei, amiga de Tiradentes. Ela nasceu em Santa Rita Durão, distrito de Mariana, em 1889, e morreu em Ouro Preto em 1976.

Este ano o Festival vem como objetivo revelar aspectos e problemas relacionados às cidades históricas brasileiras e apontar alternativas de preservação para esses municípios, por meio do estímulo ao turismo sustentável. Um dos objetivos centrais do evento é possibilitar o intercâmbio de conhecimentos e propostas entre artistas de todas as partes do mundo, além de criar alternativas para a conciliação entre o crescimento, a preservação e a conservação das cidades de Ouro Preto e Mariana. “As manifestações de rua, como serestas e espetáculos com base no folclore, vão colorir as ruas de Ouro Preto e Mariana. As cidades inteiras serão usadas como cenário”, afirma a coordenadora Guiomar de Grammont.

No sábado, dia 8 de julho, tem início o Festival que está cheio de atrações. A solenidade de abertura será realizada às 17 horas, no Centro de Artes e Convenções da UFOP – Teatro Ouro Preto. A solenidade contará com a presença de diversas autoridades, como o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, a secretária estadual de Cultura, Eleonora Santa Rosa, os prefeitos de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, e Mariana, Celso Cota Neto; o reitor da Universidade Federal de Ouro Preto, João Luiz Martins e os coordenadores do Festival, Guiomar de Grammont e Fábio Faversani.

Também vão compor a mesa o vice-presidente do Conselho de Administração da Açominas, Marco Antônio Pepino; o gerente geral do Complexo de Mariana - Companhia Vale do Rio Doce, Armando Maurício Max; a gerente de Relacionamento com Comunidade da Samarco, Andréia Silveira da Silva, a gerente de Patrocínio da Petrobras, Regina Studart, o gerente da Caixa Econômica de Ouro Preto, José Paulo da Silveira e o presidente da Câmara dos Vereadores de Ouro Preto, Wanderley Rossi Júnior.

Após a solenidade de abertura, o grupo de Teatro Andante apresenta a peça Olympia, de autoria da coordenadora do Festival e escritora Guiomar de Grammont. O espetáculo fala dos limites entre o real e o imaginário e através do drama da Olympia, que é o eterno drama da existência, o drama de ser. A peça será exibida no Centro de Artes e Convenções da UFOP – Teatro Ouro Preto, às 17 horas.

Ainda no Centro de Convenções, salão Diamantina, serão abertas as exposições O território da arte digital, Salão Sinhá Olympia e O segredo de Geza Heller. O Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da UFOP apresenta Santos Dumont em Ouro Preto. A mostra de Cinema Francês - Cine Teatro Vila Rica tem início às 17h com Madame Bovary. O filme, inspirando no romance homônimo do escritor Gustave Flaubert, é dirigido por Claude Chabrol e conta a história de Emma Rouault, a jovem camponesa que se casa com o médico viúvo Charles Bovary. O primeiro dia de atrações do evento termina com a comemoração do aniversário da cidade às 21h na Praça Tiradentes com o Show do Grupo Rapazolla, uma realização da Prefeitura Municipal de Ouro Preto.


O domingo começa com o cortejo do Maracatu Lua Nova às 10 da manhã, na Igreja do Rosário. O desfile comemora o tema escolhido para o festival e saúda Sinhá Olympia com a alfaia, gonguê, tarol, caixa e ganzá e todos os instrumentos típicos do maracatu. Sediado em Belo Horizonte e coordenado por André Sales, o grupo busca referências nas raízes do folguedo e nas tradicionais Guarda de Congo Feminina e de Moçambique do Divino Espírito Santo, ambas do bairro Aparecida.

Às 11 horas têm início a abertura da exposição Erotismo e Transcendência de Auguste Rodin. As nove peças que compões a mostra são reproduções técnicas assinadas e autenticadas pelo Museu do Louvre, fazem parte do acervo da V&M do Brasil. “O pensador”, “O beijo”, “A toillete de Vênus”, “O ídolo feminino”, “Atanaíde”, “A sereia”, “O burguês de Calais”, “O menino prodígio” e “O ídolo eterno” ficam no Centro Cultural e Artístico do Sistema Fiemg até o dia 15 de julho, de segunda a domingo, das 9 às 19 horas. Também no dia 9, no Salão Nobre da Escola de Farmácia, às 19 horas, será aberta a Mostra “Vídeo nas aldeias”, com os documentários Vídeo nas Aldeias se apresenta (2002) e Boca livre no Sararé (1992).

Fechando a programação de domingo, Lobão faz apresentação na cidade. O cantor, que se tornou símbolo da música independente após o lançamento de “A Vida é Doce” nas bancas de jornal, sobe ao palco do Festival às 21 horas, na Praça da Universidade.
Lobão (João Luís Woerdenbag Filho) é uma das figuras mais lembradas da atualidade. Dono de uma carreira cheia de altos e baixos, sua trajetória musical começou cedo, aos 17 anos, quando criou a banda Vímana, da qual faziam parte Lulu Santos, Ritchie, Luis Paulo e Fernando Gama. Depois, vieram Blitz, com Evandro Mesquita e Fernanda Abreu, e Lobão e os Ronaldos.
Decadence avec Elegance, Vida Bandida, Vida, Louca Vida, Chorando no Campo e Rádio Blá são alguns dos hits que marcaram o repertório do músico carioca.

Cheio de atitude e pouco discreto, Lobão rompeu com as gravadoras em 1999 e se lançou no mercado independente num esquema inédito. O CD A Vida é Doce foi distribuído nas bancas de jornal de todo o Brasil e alcançou segunda melhor vendagem do país, na época. Em 2003, ele voltou a se destacar lançando a revista Outras Coisas, responsável pelo lançamento de bandas e músicos da cena independente, como os gaúchos do Cachorro Grande e pelo mutante Arnaldo Baptista. O último trabalho de Lobão, Canções Dentro da Noite Escura, muito elogiado, também foi lançado pela revista, com tiragem de 20.000 exemplares. Mais informações em http://www.festivaldeinverno.ufop.br.

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