segunda-feira, abril 03, 2006

UERJ Apresenta e discute o marketing cultural de terceira geração

Com o êxito de dez turmas concluídas desde 1995, a Faculdade de Comunicação Social e o CEPUERJ iniciam a 11a edição do curso de extensão universitária Marketing Cultural: teoria e prática no próximo dia 8 de abril.

Atualizado, o curso, trata de temas como Administração de Carreira, Economia da Cultura, Marketing Social, Políticas Culturais, Processo de Criação Artística e Auditoria de Projetos Culturais.

O curso de 75 horas tem como um de seus diferenciais a Oficina de Projetos, um verdadeiro laboratório de iniciativas artístico-culturais. Nela os alunos podem desenvolver projetos desde a concepção da idéia até a adequação de oçamentos às diversas modalidades de editais públicos e privados abertos pelo país afora. As vagas são limitadas (30) e o curso vai até o dia 5 de agosto, sempre aos sábados, das 9h30 às 13h30.

Diversas organizações já treinaram seu pessoal no curso e muitas prefeituras também enviaram seus servidores para melhorar ou mesmo iniciar a discussão de leis municipais de incentivo à cultura, muito embora não seja este o foco principal do curso. Sobre esse aspecto, diz o coordenador: "Marketing cultural nada tem a ver com incentivos fiscais. Isso é um equívoco que perdura há quase duas décadas mas que agora dá lugar à compreensão de que o processo de marketing tem que ser adotado pelas instituições culturais, principalmente as públicas, pelos próprios artistas e pelas empresas patrocinadoras, que já estão maduras no uso desse instrumento de promoção institucional e necessitam estabelecer políticas de apoio à arte e não mais apoiar iniciativas eventuais aqui e ali, ao sabor de mecanismos fiscais de difícil defesa diante da exigência de transparência que o mercado e a sociedade exigem".

Marcondes Net prossegue: "É o que denomino a terceira geração do marketing cultural. No princípio, há 20 anos, com a Lei Sarney, o foco estava centrado nas empresas de natureza cultural. Depois, com a Lei Rouanet, o foco passou a ser o projeto cultural. Agora, com a reformulação por que vai passar a legislação de incentivo à cultura e com o advento das práticas de governança corporativa pelas empresas, o foco passará a ser a atitude do artista com relação a seu próprio processo de relacionamento com o mercado e a conseqüente adequação de papéis por que passarão os espaços culturais e, principalmente, os patrocinadores. A nova versão do curso aborda esses novos paradigmas do marketing cultural".

O coordenador do curso defendeu, na Universidade de São Paulo, a pioneira tese de doutorado na área: Marketing Cultural: características, modalidades e seu uso como política de comunicação institucional, é professor adjunto da UERJ, autor do livro Marketing Cultural: das práticas à teoria e edita o site www.marketing-e-cultura.com.br na internet.

No curso, em 75 horas, são aprofundados, ainda, os conceitos de marketing, comunicação empresarial, indústria cultural, produção de eventos, uso de incentivos fiscais, relações com a mídia, contando, sempre, com professores da UERJ e profissionais especializados. Mais de 300 pessoas já concluíram o curso e a avaliação média no quesito "atendimento às expectativas" obteve conceitos "bom" e "excelente" em 88% das respostas.

"Temos aprendido muito nesses anos, principalmente quanto às lacunas da legislação de incentivo à cultura e à ainda deficiente oferta de produtos culturais em contraponto à riqueza artística do país. Somente através da formação de quadros que realmente conheçam a fundo o processo de marketing cultural, seja entre servidores públicos ou trabalhadores do setor privado, seja entre publicitários e jornalistas, seja entre empresários e governantes, é que poderemos elevar não só a quantidade como a qualidade da produção cultural no país", afirma Marcondes Machado. "A Universidade é o lugar mais apropriado para que a reflexão se dê com liberdade e sem a pressa que o mercado impõe aos hábitos de consumo de ídolos, modas, e, também, à salvo da questionável qualidade/autenticidade dos bens postos nas prateleiras pela indústria cultural a título de arte, sobretudo quando se fala em renúncia fiscal de recursos públicos", completa.

Mais informações: www.cepuerj.uerj.br ou pelos telefones (21) 2587-7707 e 2587-7333 ou www.cepuerj.uerj.br

Nenhum comentário: