No dia 14 de abril chega aos cinemas de todo Brasil 16 Quadras, o mais recente trabalho do veterano Richard Donner (da série Máquina Mortífera) em dobradinha com Bruce Willis, e ainda com Mos Def (O Guia do Mochileiro das Galáxias) e David Morse (À Espera de um Milagre). Ação em tempo real, a história de 16 Quadras acontece nos exatos 118 minutos do filme, no percurso de 16 quadras que separam a delegacia de polícia do tribunal, para onde o policial decadente e alcoólatra Jack Mosley (Willis) deve escoltar o detento Eddie Bunker (Def) para testemunhar e ganhar sua liberdade.
“O ponto alto da trama é a determinação tenaz do personagem de Bruce Willis. Jack pode estar na meia-idade, pode estar cansado, pode estar careca, pode ser alcoólatra, mas se ele é interpretado por Bruce Willis, você não vai querer apostar contra ele”, afirmou o conceituado crítico Roger Ebert, do “Chicago Sun-Times”. Um comentário que fala por si só.
Conhecido por interpretar personagens que exalam força e dedicação, Bruce Willis ficou intrigado com a oportunidade de interpretar um personagem com o espírito danificado e prestes a cair no esquecimento. “Jack se esconde de si mesmo, ele era um bom policial que prendeu muitos criminosos. Mas ele está tentando amenizar aquela voz no seu subconsciente que diz ‘Você fez algo errado’”.
Além disso, trabalhar com Richard Donner era um grande desejo. “Eu sempre fui fã de Dick Donner, e Richard Wenk escreveu um ótimo roteiro. É difícil distinguir o mocinho do vilão, porque você pode ver o ponto de vista de todos. Os limites não são claros. Isso, junto ao fato de o filme ser contado em tempo real, permite que o público viva as histórias junto dos personagens. É um argumento muito inteligente”. Também satisfeito com a parceria, Donner comenta que Willis dá profundidade a Jack Mosley: “Você sente a dor de um homem que vem reprimindo algo, que fica mantendo esta coisa presa no fundo de uma garrafa.
Enquanto os cineastas e a equipe de produção se preparavam para capturar a ação, Bruce Willis utilizava a mesma precisão para criar o aspecto físico de seu personagem. O maquiador Jordan Samuel ajudou Willis a mostrar os sinais de alcoolismo crônico e envelhecimento precoce, aplicando vasos sangüíneos, varizes e uma aparência anêmica ao rosto. Um vaporizador de mentol foi utilizado nos close-ups para que Willis lacrimejasse e seus olhos parecerem cansados, e o ator pediu uma peruca parecida com os cabelos grisalhos e as entradas do roteirista Richard Wenk.
Para acrescentar mais realismo às decadentes condições do estado físico de Jack, Willis inseriu um pequeno pedregulho sob a curva da sola do seu pé direito, o que deu uma característica especial, mas sutil ao fato do personagem mancar.
Como parte de sua pesquisa, Willis passou algumas noites patrulhando o bairro do Brooklyn com o detetive Mike Keenan, um veterano há 22 anos no departamento de polícia de Nova York, que trabalhou com a equipe de produção para manter a veracidade de todos os processos, uniformes, armas, equipamentos, veículos e diálogos. Kennan foi conselheiro técnico no seriado de TV “Third Watch” e chegou a levar Willis para observar o que acontece após um tiroteio.
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